Milton Ribeiro

O primeiro jogo das três ultimas jornadas levou-nos até à Maia, mais propriamente a Milheiros para defrontarmos o Inter local.

Um jogo disputado num terreno curto, pelado, mas que estava bom para a pratica do futebol, apesar da chuva que caiu antes e durante o jogo.

A equipa do Leça do Balio entrou em campo sabendo que o jogo não seria facil, apesar da equipa da casa estar desfalcada de alguns elementos, assim como a equipa Baliense. No entanto ambas as equipas queriam ganhar o jogo e isso ficou patente nos primeiro minutos de jogo.

Depois da fase inicial em que as equipas se estavam a adaptar uma à outra e ao estado do terreno, a equipa forasteira assumiu o jogo e tentou aproximar-se mais da àrea da equipa da casa e começou a criar perigo, mas sem conseguir traduzir esse perigo em golos. O Inter de Milheiros, respondia com futebol directo, tentando surpreender os defensores forasteiros, mas estes iam estando à altura dos acontecimentos.

Quem não marca sofre e mais uma vez este ditado podia ter-se aplicado na perfeição aos jogadores de Leça do Balio, já que após uma jogada, aparentemente inofensiva, a defesa não foi lesta a resolver a situação e acabaram por fazer uma grande penalidade completamente desnecessária, mas que em meu entender foi bem assinalada pelo arbitro da partida. O Inter de Milheiros tinha a possibilidade de se adiantar no marcador, mas o jogador maiato, não conseguiu fazer melhor do que acertar com a bola na barra e esta acabou por sair.

O Leça do Balio continuou a pressionar, mas agora de sobreaviso para aquilo que poderia acontecer e começou a atacar com mais objectividade, no entanto a bola teimava em não entrar, como foi o caso de uma oportunidade de Soares a levar a bola a bater com estrondo no poste direito da baliza defendida por "Cigano". A primeira parte terminava como tinha começado, com um empate a zero.

Na segunda parte mais do mesmo, no entanto os jogadores Balienses perceberam o que seria necessário para vencer o seu opositor e com transições rapidas estava quase sempre em cima do guarda-redes da casa.

O Leça do Balio chegava ao golo num lance de ataque rapido em que Martins consegue ganhar bem a bola e aproveitando a saida do guarda-redes, efectua um "chapeu" perfeito e inaugura assim o marcador. Estava reposta alguma justiça no marcador, no entanto os jogadores forasteiros queriam mais e continuaram a jogar da mesma forma, com rapidez de processos e com muito mais obejctividade. O segundo e terceiro golo surgiram depois de bonitas jogadas bem concretizadas pelos jogadores Balienses.

Nesta altura o Inter de Milheiros não conseguia responder e o perigo era nulo. O Leça do Balio chegaria ao seu 4º golo e colocava assim o marcador em 0-4, numa altura em que o cansaço já se apoderava dos jogadores da casa que apenas tinham 11 jogadores.

Houve ainda tempo para o Inter de Milheiros marcar o tento de honra, aproveitando uma hesitação de um defensor ouro-negro o jogador da casa conseguiu ganhar a gola e fazer o 1-4, resultado final, já que a bola nem sequer chegou a ir ao centro.

O resultado é justo, se calhar um pouco pesado, mas para quem assistiu ao jogo não sobrou duvidas sobre o justo vencedor deste jogo.

Uma palavra para os jogadores do Inter de Milheiros que, mesmo tendo apenas 11 elementos para este jogo, sempre se bateram como verdadeiros "guerreiros", lutaram até ao fim, tentando dignificar dessa forma o emblema que representam, não me canso de dizer que em qualquer desporto a primeira coisa a fazer é essa e que nem só com as vitórias estamos a honrar o nosso emblema. Uma palavra também para Xina (17) e Daniel (8) que quando viram um colega magoado no chão, a sangrar da boca e quando o arbitro, mesmo com a equipa forasteira a botar a bola para fora para que o jogador fosse assistido, não permitia a entrada do massagista em campo, estes jogadores dirigiram-se para o seu colega de "profissão" para se aperceberem do estado dele, mesmo contra alguns elementos da sua equipa que chegaram ao cumulo de insultar esses dois elementos, os meus parabens para esses dois elementos que demontraram serem possuidores de um civismo que, infelizmente, não é costume haver nos jovens destas idades.

Para os meus jogadores, apenas dizer que as "batalhas" ainda não terminaram, que é preciso continuar a trabalhar e que nunca esqueçam que o que semearmos hoje é aquilo que vamos colher amanhã. Vamos trabalhar.