Milton Ribeiro

Disputamos, no passado domingo, mais uma jornada do campeonato de Juvenis.


Um jogo que nos colocava frente a frente com o primeiro classificado. O que por si só já acarretava dificuldades acrescidas.


Dificuldades essas que se agravaram com a semana terrível que todos tivemos (eu, treinador do Ataense e a equipa técnica, os delegados e os jogadores do clube). Ao sabermos que o nosso Capitão estava mal e a angustia de uma espera que nos levava a ter a cabeça noutro lado que não ali. 


Apenas fizemos um treino, treino esse que apenas serviu para tentar aliviar o sofrimento de todos nós. 


Quando soubemos que o Renato tinha partido para junto de Deus, o nosso mundo desmoronou... Todos nós ficamos atónitos e o que deveria ser um treino de uma equipa de futebol, transformou-se num velório a um dos nossos irmãos...


Mau de mais para ser verdade. Todos nos perguntamos porquê!!! Todos queríamos tentar perceber porque tinha desaparecido da nossa convivência um miudo que nos fazia encarar o futebol como algo superior à vontade. Encarava o futebol como uma paixão e lutava como se não houvesse amanhã.


O Renato desaparecia da nossa convivência, desaparecia  do nosso meio, o que nos deixava completamente desolados e sem vontade de fazer fosse o que fosse.


No entanto sabíamos que o nosso capitão queria que jogássemos e que lutássemos para vencer, assim como ele faria...


No sabado tivemos a triste despedida do nosso irmão, num funeral que honrou um menino que com apenas 17 anos desaparecia da vida terrena, mas que acordava para a vida eterna. Deus quis te-lo por perto porque o Renato era especial e porque Deus achou que o trabalho do Renato já tinha sido cumprido nesta terra. É triste é certo, mas sabemos que o Renato estará com o Pai (assim eu creio). No Funeral estiveram cerca de 1000 pessoas e todas elas aplaudiram o amigo, o irmão Renato. Fará muita falta sem duvida, mas temos a plena convicção de que ele estará sempre connosco.


Fomos para o campo cedo, mais preocupados em prestar homenagem a um dos nossos do que propriamente preocupados com o jogo.


O Fanzeres ganhou, marcou um golo e nós não, mas tudo fizemos para o conseguir. Honramos o nosso capitão e vamos continuar a faze-lo. 


Agradeço ao Fanzeres e aos seus responsaveis por terem prestado também a sua homenagem ao nosso Capitão.


Aos meus meninos dizer que, o Renato estará sempre connosco, em cada treino, em cada jogo, no nosso campo ou noutro qualquer seremos sempre mais um lá dentro, porque como um grande comandante, também o Renato não abandonará a sua equipa. Façam o que ele faria e verão que assim poderão ser mais fortes, mais homens, mais amigos, mais unidos, mais empenhados... Para quem o conheceu sabe que não digo isto apenas porque o Renato faleceu, mas sim porque ele era mesmo desta forma... Resumindo, era um gigante dentro do corpo de um menino. 


Obrigado por tudo Renato e até já...


Milton Ribeiro