Hoje é, sem dúvida alguma, o dia mais negro da minha vida futebolística… o dia em que tenho de dar a noticia da morte de um dos meus jogadores.
Na passada 4ª feira, o meu telemóvel tocou às 19 horas e 54 minutos, era o meu delegado… pensei que iria dizer-me algo em relação à equipa… não me enganei, mas nunca pensei que iria ouvir o que ouvi…
“O Renato morreu!”, a noticia dada da maneira mais sóbria que poderia ter sido, mas que para mim suou como o rebentar de uma bomba.
Efectivamente o Renato ainda não tinha morrido, estava sim em morte cerebral, mas as maquinas faziam com que o seu coração continuasse a bater...
Mas hoje o seu coração, que tantas vezes lutou pelo Ataense, parou...
Efectivamente o Renato ainda não tinha morrido, estava sim em morte cerebral, mas as maquinas faziam com que o seu coração continuasse a bater...
Mas hoje o seu coração, que tantas vezes lutou pelo Ataense, parou...
O Renato era, ou melhor, é o nosso capitão de equipa, um jogador que sempre se esforçou em prol do seu clube do coração.
Infelizmente nesta época, teve poucas hipóteses de defender a sua equipa, porque uma dor quando respirava o atormentava ainda antes do inicio da mesma. No entanto ainda fez dois jogos quando se começou a sentir melhor. Era gigante este menino.
Foi ao médico e diagnosticaram-lhe uma pneumonia, nada que não pudesse ser ultrapassado, até porque o Renato era jovem, muito jovem. Mas a dor ao respirar persistia em atormentar o nosso capitão.
Um miúdo humilde, respeitador, honesto, enfim… um excelente amigo.
Um grande capitão.
Esteve connosco nos treinos, mesmo sem treinar transmitiu-nos a sua força, esteve connosco nos jogos.
E este domingo não foi excepção, olhamos para a bancada e o Renato estava lá a apoiar a sua equipa, vibrou com os nossos golos, ficou frustrado com a derrota, não porque a equipa perdeu, mas porque não pode dar o seu contributo ao clube.
Perdeu-se um excelente jogador, um fantástico capitão, mas acima de tudo um fenomenal amigo.
Nestas alturas tudo aquilo que dizemos parece desapropriado, mas posso dizer varias coisas.
Nenhuma derrota, nenhum empate tem um sabor tão amargo como aquilo que acabamos de perder, uma jovem vida, de um jovem jogador que com 16 anos disse adeus, não só aos campos de futebol, mas também à vida que tinha tudo para ser frutífera.
Já perdi jogos em que fiquei muito triste, mas o que aconteceu hoje leva-me a equacionar e a relativizar tudo aquilo que já passei enquanto jogador e treinador de futebol.
Hoje é, sem dúvida alguma, o dia mais negro da minha vida futebolística…
Renato acredito que estarás ao lado de Deus, acredito que continuarás a ver-nos e que saberás que tudo aquilo que fizermos, daqui para a frente, será em tua honra.
Deste muito a este clube e tudo faremos para que possas, estejas onde estiveres, alegrar-te por aquilo que os teus amigos farão.
Serás sempre lembrado como o NOSSO CAPITÃO, farás muita falta a todos nós, mas nunca serás esquecido.
Obrigado por tudo aquilo que deste ao clube, obrigado pelos momentos em que conversamos e que me ajudaste no Ataense, só tenho pena que esses momentos tenham sido poucos.
Mas acredito que um dia ainda nos encontraremos.
Que um dia voltaremos a conversar.
E poderei abraçar-te de novo.
És grande menino…
Aproveito para dar os meus sentimentos a todos aqueles que tiveram o prazer de privar de perto contigo que, tenho a certeza, estarão a sofrer com a tua partida e disponibilizo-me para tudo aquilo que precisarem.
Aproveito para deixar um abraço à familia...
Perdeu-se um menino...
Aproveito para deixar um abraço à familia...
Perdeu-se um menino...
Podia continuar aqui a falar, mas apenas uma frase me vem à ideia…
Até sempre amigo…
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